segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Epididimite

Introdução
Acredita-se que a epididimite aguda seja causada pelo refluxo de urina infectada a partir da uretra prostática, via ductos ejaculatórios e vas deferens. A obstrução prostática ou uretral e malformações congênitas (p.ex.: ureter ectópico, duplicação uretral, válvula uretral posterior, fistula uretero-retal, dissinergia do detrusor, etc.) podem criar uma predisposição para refluxo uretral estéril. O refluxo também pode ser induzido por manobra de Valsalva ou mesmo em indivíduos exercendo atividades extenuantes sem oportunidade para urinar.
Instrumentação das vias urinárias e sondas vesicais de demora também são fatores de risco comuns para epididimite aguda. Uretrite e prostatite podem coexistir. A epididimite tuberculosa pode ser a manifestação inicial da tuberculose geniturinária.
As principais complicações da epididimite incluem abscesso escrotal piocele, infarto testicular, orquialgia recorrente, esterilidade (rara e em geral transitória).
Exame Clínico
O paciente comumente relata dor e edema escrotal de início insidioso, associados a disúria, polaciúria, febre (25% dos casos), e secreção uretral (pode preceder a epididimite aguda em até 30 dias).
Ao exame físico, a epididimite aguda manifesta-se com hiperestesia e induração local, sendo bilateral em 5-10% dos casos. Eritema, celulite escrotal leve e hidrocele reativa também podem estar presentes. A elevação do escroto afetado alivia a dor na epididimite, mas reduz o desconforto em pacientes com torção testicular (sinal de Prehn).
Vale lembrar que alguns achados ao exame físico podem corresponder à etiologia da epididimite, incluindo infecções sistêmicas por Haemophilus influenzae, Neisseria meningitides, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis (Chlamydia, Neisseria gonorrhoeae, Ureaplasma urealyticum, Treponema pallidum, Trichomonas, Gardnerella vaginalis, etc), hiperplasia prostática, traumas escrotais e algumas infecções menos comuns (p.ex.: brucelose, citomegalovirose, etc).
TABELA 1 - PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA EPIDIDIMITE
• Hidrocele
• Trauma escrotal / testicular
• Seminoma
• Hérnia inguinoescrotal
• Edema escrotal idiopático
• Epididimite induzida por amiodarona
• Torção testicular
• Piocele
• Púrpura de Henoch-Schönlein
• Doença de Behçet
• Poliarterite nodosa
• Vasculite
• Orquite associada à caxumba
Em geral, o leucograma apresenta leucocitose significativa com desvio para a esquerda. Cerca de 25% dos pacientes apresenta piúria à urinálise. Recomenda-se urocultura e cultura de swab uretral sempre que possível.
Alguns estudos de imagem (p.ex.: ultra-sonografia Doppler) podem ser úteis para diferenciar a ipididimite aguda da torção testicular, mas a realização destes exames não deve retardar a exploração cirúrgica nos pacientes com suspeita de torção.
Estudos radiológicos e cistoretroscopia estão indicados em crianças e adultos com mais de 40 anos apresentando bacteriúria e epididimite aguda para avaliar a presença de alterações estruturais (presentes em mais da metade destes pacientes).

Tratamento Clínico
As medidas terapêuticas gerais incluem repouso, suporte / elevação escrotal, compressas geladas, antiinflamatórios e analgésicos. A ipididimite bacteriana inespecífica pode ser tratada com sulfametoxazol-trimetoprim (SMZ+TMP) ou uma fluorquinolona por duas semanas. Pacientes com comprometimento sistêmico podem necessitar hospitalização e antibioticoterapia por via endovenosa (p.ex.: ampicilina + gentamicina).
Deve-se considerar a possibilidade de DST especialmente em homens entre 15-35 anos de idade. Nestes casos, o tratamento empírico consiste em ceftriaxona e doxiciclina por 10 dias. A azitromicina em dose única é uma alternativa viável à doxiciclina. O tratamento específico da infecção gonocócica inclui ceftriaxona como primeira escolha e ofloxacin ou ciprofloxacin como opção. DSTs não-gonocócicas podem ser tratadas com doxiciclina, azitromicina ou tetraciclina. Os parceiros sexuais também devem ser tratados.
A epididimite tuberculosa é tratada com esquema tríplice (rifampicina, isoniazida e pirazanamida) por 4 meses. A epididimite secundária ao uso de amiodarona em geral responde bem à diminuição da dosagem ou suspensão do fármaco.
TABELA 2 - CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS ANTIBIÓTICOS UTILIZADOS NA EPIDIDIMITE
AgenteCaracterísticas
Ceftriaxona• Cefalosporina de terceira geração com amplo-espectro de atividade contra gram-negativo e baixa eficácia contra gram-positivos
• Dose máxima: 4 gramas/dia, devendo ser ajustada em pacientes nefropatas
• Co-administração com furosemida e aminoglicosídeos pode aumentar a nefrotoxicidade
Doxiciclina• Atua inibindo a síntese protéica bacteriana
• Dose habitual: 100 mg de 12/12h por via oral, por 7-14 dias
• Contra-indicada em pacientes com disfunção hepática
• Sua biodisponibilidade é diminuída pelo uso de antiácidos contendo alumínio, cálcio, magnésio, ferro ou subsalicilato de bismuto
• Pode reduzir o efeito dos contraceptivos orais
• Pode aumentar o efeito dos anticoagulantes orais
Azitromicina• Dose usual para DSTs: 2 gramas por via oral, em dose única
• Utilizar com cuidado em pacientes hepatopatas
• Pode aumentar a toxicidade de teofilina, warfarin e digoxina
Ofloxacin• Penetra bem na próstata e é eficaz contra gonococos e clamídia
• Dose usual: 400 mg de 12/12h por via oral, por 14 dias
• Concentração sérica pode ser reduzida pelo uso concomitante de antiácidos, sais ferrosos e sais de zinco
• Não é muito eficaz contra DSTs não-gonocócicas
SMZ+TMP• Dose usual: 01 comprimido por via oral de 12/12h, por 14 dias
• Concentração sérica pode ser reduzida pelo uso concomitante de antiácidos, sais ferrosos e sais de zinco
• Pode potencializar o efeito de teofilina, cafeína, ciclosporina, digoxina e anticoagulantes
• Em pacientes sob tratamento prolongado: monitorizar a função renal, hepática e hematopoiética
• Ajustar a dose em pacientes nefropatas
Tratamento Cirúrgico
A exploração cirúrgica está indicada nos pacientes cujo quadro clínico é compatível com torsão ou tumor testicular e naqueles com complicações da epididimite (abscesso, piocele, infarto testicular).
A epididimectomia possui um papel limitado no tratamento da dor da epididimite crônica. Cerca de 25% dos homens afetados continuam a apresentar desconforto escrotal após o procedimento.

17 comentários:

  1. Gostaria de ver alguma foto ilustrativa.
    E sintomas especificos...

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  2. Surgiu um corrimento amarelado, parece inflamação seguido de uma pequena ardência, já se passou uma semana e não evoluiu nem apresentou outros sintomas.

    OBS: urino normal, sem problemas
    Sinto uma coceira na uretra quando presionada, desde a base peniana até a glande então sai um liquido amarelo e viscoso.
    Não tenho nenhum outro sintoma nesses oito dias passado
    Não tive nenhuma relação suspeita, somente com a esposa
    Sou motorista, viajamos juntos e estamos sempre em companhia um do outro, então posso afirmar que minha esposa não manteve relação sexual extraconjugal.

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    1. Gilmar Sua namorada pode está com infecção urinaria, então você pode pegar do mesmo jeito

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    2. Gilmar Sua namorada pode está com infecção urinaria, então você pode pegar do mesmo jeito

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  3. http://pt.wikihow.com/Saber-se-Voc%C3%AA-Tem-Epididimite
    esse site da uma esclarecida

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  4. Ola!
    Tomei azitromicina para tratar sintomas de epididimite. Porém, o certo seria dose única de 1000mg mas, ao invés disso, tomei erradamente por engano 500mg por dia durante 3 dias. Deu uma melhorada, mas sinto que não sarou por completo. O que eu faço, repito o medicamento tomando certo dessa vez? E quantos dias preciso esperar de intervalo para tomar?
    Obrigado.

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  5. Ola!
    Tomei azitromicina para tratar sintomas de epididimite. Porém, o certo seria dose única de 1000mg mas, ao invés disso, tomei erradamente por engano 500mg por dia durante 3 dias. Deu uma melhorada, mas sinto que não sarou por completo. O que eu faço, repito o medicamento tomando certo dessa vez? E quantos dias preciso esperar de intervalo para tomar?
    Obrigado.

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  6. Procure um médico de confiança....é bom ter certeza do diagnóstico para se ter certeza do medicamento a ser prescrito e tempo....já fez errado uma vez e sua saúde está em risco...não pode brincar,não é?

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  7. Boa noite. Posso tomar bactrim f com ceftriaxona im???

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  8. Boa noite fiz um espermograma com antibiograma e apareceu Staphylococcus saprophyticus, tenho que tratar??? è transmissivel via sexual?? Grato.

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    1. Boa noite, você deve marcar uma consulta com um urologista para avaliar como deve ser tratado o seu caso.

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  9. Boa tarde!
    Qual a diferença entre epididimite e orquiepedidimite?
    E DST e pode ser trasmissivel ?
    E virus ?
    Pode voltar em tempo em tempo?

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    1. Olá!
      Qual a diferença entre epididimite e orquiepedidimite?
      Na epididimite existe inflamação do epididimo. Na orquiepididimite existe inflamação do epididimo e do testículo.
      Nem todas são causadas por DST ou vírus.
      No caso das DST e virus pode ser transmissível.
      Se for causado por bactérias não é transmissível.

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  10. Ola boa noite.. Comprei 3 azitromicinas de 1000 mg para fazer o tratamento vou inciar hj apos a janta .. Qualquer melhora posto aqui

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  11. Oi tenho epididimite qual medicamento devo tomar ?

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